Madri (Espanha) – O excelente desempenho de Carlos Alcaraz no início do circuito de saibro, com um título em Monte Carlo e uma final em Barcelona, foi interrompido pelos primeiros problemas físicos da temporada, com desconforto muscular na região da coxa direita que pôde ser notado claramente durante o segundo set contra o dinamarquês Holger Rune no último domingo.
Apesar da preocupação, o espanhol se mostra positivo e acredita que estará bem para competir em Madri. “A verdade é que estou bem, nada fora do comum. Acho que o corpo acaba dando pequenos avisos depois de duas semanas com dez jogos em doze dias, uma viagem no meio e sem ter muito tempo para me recuperar”, explicou ele em entrevista à RTVE no Laureus.
“Confio e acredito que não será nada grave. Amanhã (terça-feira) farei exames para ver como estou, mas a verdade é que meu sentimento é positivo . Hoje me tratei bem com a fisioterapia, onde notei coisas positivas também, então veremos”, concluiu o número 3 do mundo.
Se tudo correr bem, ele treinará na Caixa Mágica na quarta-feira. Segundo informa a imprensa espanhola, sua estreia está marcada para o sábado, quando enfrentará o vencedor do duelo entre o belga Zizou Bergs e o japonês Yoshihito Nishioka, que medem forças nesta quarta-feira pela primeira rodada do torneio.
Não sei não…
Fará exames hoje para saber a extensão da contusão. E se constatar que ainda não é hora de voltar pra quadra?
Se jogar, fará sua estreia no sábado.
O Alcaraz tem um histórico de lesões na coxa…
No tênis, descanso é treino também!
Não foi nem lesão, Victorio. Mais um desconforto. No jogo mesmo, não mudou nada. Correu igual, fez alguns pontos exigentes. Tudo para fazer uma bela campanha.
Não entendí Julio.
Se não foi nem lesão, como você disse, então porque ele fez uma ressonância magnética e toda imprensa está duvidosa da sua participação em Madrid?
A imprensa é sempre assim e no nível profissional que está, qualquer desconforto é investigado. Vamos ver como vai ser. Mas, claro, posso estar errado. Não me pareceu nada sério.
Mudou sim. Ficou tentando encurtar os pontos a qualquer custo, mas nem as deixadinhas — que normalmente são pura arte — estavam funcionando. Claramente, ele estava incomodado.
Acho que podemos discordar nisso, porque é muito de percepção. Não acho que ele mudou não. Ele estava mais agressivo, porque trocar bola com o Rune estava realmente difícil. Estava tentando tomar as rédeas do jogo, que já lhe escapavam ali. Nada muito diferente. Algum incômodo, mas não algo realmente sério. Deve ter feito algum movimento um pouco errado e ficou meio de mal jeito. Se fosse algo minimamente sério, impossível sequer cogitar ir para Madri. Não acho que alguma lesão efetiva leva menos de uma semana para cicatrizar.
Você tá esquecendo um detalhe crucial — quando o assunto é o Carlos, qualquer desconforto físico que ele sente já vira um bloqueio mental. E não tô falando isso do nada, não. Eu venho reparando faz tempo, e o documentário só jogou luz no que já era óbvio pra quem presta atenção.
Quando eu disse que “mudou”, não quis dizer que a lesão era grave ou que estava impedindo ele de se mover. O problema não foi o corpo. Foi o que a lesão plantou na cabeça dele. Ano passado, nas quartas de Madri contra o Rublev, ele começou a sentir de novo o antebraço, e ali, na hora, travou. Simples assim. Desligou. Parecia outro jogador em quadra — um que não conseguia fazer nada.
O Carlos precisa estar 100% pra funcionar, e quando ele sente que não tá, tudo desanda. Isso é uma barreira mental que ele vai ter que quebrar se quiser, de verdade, sentar na mesma mesa que os gigantes da história.
Concordo com isso, M. Lima. Não só o físico, mas alguma pressão extra que se coloca, tudo leva a bastante afobamento. No jogo contra o Rune em particular o que pesou mais para mim, no entanto, foram duas questões: a primeira é que o Rune era o melhor jogador, mesmo com Alcaraz jogando um primeiro set muito bom, e dois pontos mal jogados e desperdiçados para quebrar de volta no terceiro set. A partir dali, eu realmente achei que o dinamarquês mereceu pra caramba. Vamos ver, esperemos que qualquer desconforto passe para não bloqueá-lo de vez. Mas você tem razão no seu ponto.